terça-feira, 29 de julho de 2008

Tanganika Boys no Tanganika

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Os Tanganika Boys, tal como todos os outros super hérois que os nossos estimados leitores conhecem, por vezes têm que recarregar energias para poderem continuar a sua actividade por terras burundesas. Como é óbvio, o lugar especial dos Tanganika Boys é o Lago Tanganika, onde se deslocaram para recuperar os seus poderes! Desta vez, em vez de serem acompanhados pelos espectaculares Enfants de Marie, foram acompanhados de alguns membros do fenomenal Grupo de Taizé!!

Depois de recarregadas as energias, o resultado foi o seguinte...

E, no final, o descanso dos guerreiros...

Imana ibahezagire!

segunda-feira, 21 de julho de 2008

Magana, Burundi

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Depois de vos termos contado a nossa épica viagem ao Rwanda, vimos, por este meio, relatar vos mais uma das nossas tournées por terras burundesas e africanas... Pois é, apenas um dia de termos estado em Butare, numa cidade mais desenvolvida que Bujumbura, dirigimo nos a Magana, uma pequena colina situada na Provincia de Bururi, a convite do Padre Evode, um dos padres da Comunidade...

E perguntam vocês porque é que falamos de desenvolvimento? A resposta é bastante simples! Ao contrário de Butare e do Rwanda, a casa da família do Padre Evode é completamente isolada, sendo a aldeia mais próxima a uma hora a pé de distância!!! Como tal, tivemos três dias em pleno estilo de vida africano: pequeno almoço de banana, feijão, farinha de mandioca e cerveja de banana; banhos de balde; passeios pelas montanhas, etc! Foi uma experiência incrível que nos fez pensar no bem que estamos alojados em Mont Sion...

Aqui ficam algumas fotografias da nossa estada em terras de sua majestade Padre Evode, com particular referência à sua muito simpática e muito numerosa família!

Continuem a acopompanhar os...

quarta-feira, 16 de julho de 2008

Rugby rugby rugby

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Caros leitores, o que leram no post anterior é verdade! No sábado passado, dia 12, jogámos o nosso primeiro jogo de rugby em terras burundesas... Podemos dizer que foi uma boa estreia, já que a nossa equipa – Rumuri – bateu o Tornado por uns convincentes 33-7 (5-1 em ensaios).

Quanto ao nível de rugby praticado, podemos dizer que é um bocado como o resto do país: a lei da selva. As regras não são muito conhecidas nem pelos jogadores nem pelos árbitros, havendo constantemente foras de jogo, avants e placagens altas que são ignoradas, penalidades que são transformadas em formações ordenadas e vice versa e cartões amarelos que são distribuídos como se de um jogo de futebol se tratasse...

Mas, enfim! Foi uma boa experiência, a repetir no próximo fim de semana... E o Rumuri continua na luta pelo título!

Pena é que não hajam fotografias deste jogo, mas outras ocasiões vão proporcionar umas belas chapas para decorar este bonito blog.

Quanto a nós, pela humildade que nos caracteriza, não podemos avaliar a nossa performance, pelo que demos uma olhadela pelos jornais desportivos e transcrevemos as notícias sobre o jogo. Podemos só dizer que aumentam as pressões para jogarmos pela Selecção do Burundi. Vamos ver o que o futuro nos reserva...

Passemos às notícias.

O Amakuro Mugitondo afirmava: “Grande exibição das contratações portuguesas do Rumuri garante lhes uma vitória fácil” e lançava a questão: “Quanto é que lhes pagam por mês?”

O Burundi Republika começava a sua secção de desporto com o título: “Isto sim, é rugby!”, continuando com frases do género: “A criatividade do n° 10 Eduah e do n° 12 Françuah estontearam a defesa adversária, “a sua capacidade defensiva causou vários hematomas de terceiro grau nas pernas dos jogadores do Tornado” e “jogavam de olhos fechados”.

O Bujumbura Déporte, com uma fotografia nossa em plano de fundo, mostrava vários títulos, como: “Show de bola”, “Jogadores de Rugby ou Mágicos?”, e no final avançava com uma petição a exigir a nossa presença na Selecção do Burundi.

No Amahoro Cazungu, além de mais algumas frases elogiosas, encontrámos uma avaliação individual, de onde retirámos aquelas que nos faziam menção:

10 - Duarte Ricciardi (7/10): uma exibição muito segura deste jovem, que a actuar pela primeira vez na posição de médio de abertura, jogou e fez jogar! Ficam na retina os seus passes por trás das costas e os chutos para as costas da defesa, que originaram dois ensaios de Taribo, o segundo centro do Rumuri. Esteve em evidência a defender, aplicando muitas placagens duras. Fez um grande jogo, mas acreditamos que quando estiver em forma, pode ainda dar mais. A manchar a sua exibição, o facto de ter visto um cartão amarelo, por reagir intempestivamente a uma agressão, embora pensemos que tenha sido excesso de zelo do árbitro. Parabéns jovem!

12 – Francisco Jonet (7/10): uma exibição agradável deste talento emergente do rugby internacional. Esteve mais activo a defender, com algumas placagens avassaladoras, mas não se esquivou a atacar, fornecendo muitas bolas de qualidade para as linhas atrasadas atacarem. Como chutador, garantiu 8 importantes pontos para a sua equipa, revelando uma grande calma nas alturas de pressão. Uma bela exibição, mas também pode render mais. A manchar a sua exibição, o facto de ter rebentado na segunda parte e não ter tido pulmão para finalizar uma jogada que iniciou dentro dos seus 22 metros, sendo placado quando já toda a gente pensava que o ensaio estava certo. Continua assim rapaz!

Finalmente, no Mnyza Cane, uma espécia de Correio da Manhã cá do sítio, lançavam se as seguintes questões: “Será que o cabelo do Eduah é verdadeiro?” e “Será que a joelheira do Françuah é só para o estilo?”, acabando a notícia com o seguinte comentário: “Ai eles são tão bonitos!!”, comentário com o qual estamos plenamente de acordo!

Obrigado e continuem a acompanhar os...

...Tanganika Boys!

domingo, 13 de julho de 2008

Mont Sion - Kibeho - Butare - Mont Sion

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Bwakeye !

Pedindo desculpa aos mais aficcionados pela demora da chegada deste post, vimos contar a todos como correu a nossa tão falada viagem ao Rwanda, mais precisamente a Kibeho e a Butare.

Então, partimos de Mont Sion na Sexta-feira, 4 de Julho, logo às 9h da manhã, integrados numa comitiva de 240 burundeses para, todos juntos, levarmos a Mãe Peregrina ao encontro da Nossa Senhora de Kibeho e da cidade de Butare.

Estávamos divididos em autocarros de 30 lugares, se bem que, à boa maneira burundesa, o do Eduah tinha na verdade capacidade para 25 pessoas, ao que foram 6 horas de viagem muito interessantes, as suas nádegas que o digam!

Bom, chegados a Kibeho confrontámo-nos com uma catedral que, assim como o único hotel da região, estão ainda em construção. No dia seguinte tivemos a oportunidade de falar com uma das 3 videntes de Kibeho e foi obviamente com entusiasmo que acolhemos a ideia de conhecer em carne e osso uma pessoa que falou directamente com Nossa Senhora!

Ela contou-nos que quando a primeira rapariga (na altura eram raparigas de liceu ainda) viu a Virgem e contou às pessoas, ninguém acreditou e começaram a apelidá-la de maluca e a afastar-se dela. Mas com o tempo e com as outras aparições, acabaram por perceber que tinham sido injustos e hoje ninguém questiona toda a história. Nem mesmo o próprio Vaticano, já que
Kibeho tem a aprovação oficial da Igreja.

As mensagens da Virgem de Kibeho eram principalmente de rezar o terço pela conversão dos pecadores (soa familiar?), mas também de combater a hipocrisia e de trabalhar pela Paz. Além disso Ela pediu a Kibeho que lhe construísse uma catedral e uma imagem própria da região. Em algumas aparições as videntes viram imagens do genocídio que viria a acontecer no Rwanda em 1993 e no fim, depois de muito pedirem à Virgem que mostrasse a todos os outros um sinal da Sua presença, Ela acabou por mostrar um sinal do céu a todo o povo de Kibeho, através de uma estrela especial que apareceu aos olhos de todos.

Foi depois de tudo isto que partimos para Butare, a segunda cidade mais importante do Rwanda e foi incrível constatar como esta é uma cidade desenvolvida e principalmente muito ordenada, em relação à selva de Bujumbura. A verdade é que as diferenças entre Rwanda e Burundi começam a notar-se logo na fronteira. É abismal a diferença de organização e disciplina entre os dois países. Como por exemplo o facto de no Rwanda não haver practicamente corrupção, pelo menos ao nível dos polícias ou agentes do governo de níveis baixos.

E chegados a Butare confrontá-mo-nos com uma cidade muito calma, muito ordenada. Boas estradas, muitas lojas mas nada de vendedores espalhados por todo o lado nos passeios, e o próprio ambiente da cidade não tinha nada a ver com a orquestra de gritos, buzinas e barulhos de motores de Bujumbura.

No outro lado dessa mesma moeda, encontrámos um povo também muito mais reservado e calmo. A missa na catedral, com o Bispo de Butare, não teve nem de perto a animação de uma missa normal em Mont Sion. A coral cantava bem mas cantava sózinha, o resto da igreja não cantava e raramente batia palmas ou dançava. E na rua as pessoas estão cada uma no seu mundo. Não havia aquela vida que caracteriza o Burundi.

Este contraste é realmente de pasmar, uma vez que ambos os povos são muito próximos, não só geograficamente, mas em termos de língua (o Kinirwanda é practicamente igual ao Kirundi), de etnias (existem as mesmas nos dois países) e tradições.

Pelas conversas que já tivemos sobre isto percebemos que as razões das enormes diferenças estão principalmente no facto de no Rwanda ter havido um genocídio em 1993 que acabou nesse mesmo ano e desde aí tem estado em paz, enquanto o Burundi não conhece a paz e a estabilidade desde essa altura.

Mas também há um factor que é chamado a “consciência pesada do resto do mundo em relação ao genocídio", principalmente dos Estados Unidos, devido à mediatização do acontecimento. Factor este que faz com que o Rwanda receba muito mais ajudas internacionais do que por exemplo o Burundi.

Finalmente é de referir que o presidente do Rwanda, sendo um ditador, tem o país todo em sentido. Não se pode falar de política nos cafés, não se pode dizer o nome Tutsi ou Hutu. Existem – ou pelo menos toda a gente está convencido disso - agentes do governo por todo o lado, a viver a sua vida normal, mas sempre à escuta. Existem também um monte de regras pouco normais num país africano, como por exemplo o de não se poder usar sacos de plástico (só de papel) ou o de os vendedores de rua serem obrigados a usar um colete a anunciar o que estão a vender. Pequenas coisas assim que, num quadro mais amplo, tornam o país muito limpo e ordenado.

É uma moeda com dois lados e não sabemos dizer qual dos países está melhor, porque o que o Rwanda ganha (de longe) em termos de crescimento económico e desenvolvimento, perde em relação ao Burundi (também de longe) em termos da vida e calor do povo. Os Burundeses parecem ser mais felizes, mais espontâneos e mais africanos.

E pronto, por último e em relação à nossa viagem é de referir que encontrámos um supermercado que vendia croissants!! E claro que, bem ao seu jeito, o Eduah tratou de gastar todos os seus francos rwandeses a comê-los! Isto enquanto que o Françuah – também bem ao seu jeito – conseguiu guardar todos os seus francos rwandeses para voltar a trocar por francos burundeses na fronteira!

E pronto caros amigos, chegámos a Mont Sion Domingo 6 de Julho ao fim do dia, cansados, mas muito contentes com estes 3 dias de viagem!

Por agora despedimo-nos mas não percam os próximos posts, com os relatos da nossa viagem ao interior do Burundi e do nosso primeiro jogo de rugby por terras burundesas!

Turikumué

Tanganika Boys

quinta-feira, 3 de julho de 2008

Últimas noticias!

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Querida Familia e Queridos Amigos:

Informaçoes de ultima hora dizem-nos que vamos partir amanha para o Ruanda, numa peregrinaçao com 264 pessoas para rezar pela Paz e Reconciliaçao. Vai ser espectacular, porque vamos estar em Kibeho, uma pequena aldeia onde apareceu Nossa Senhora. Sim, é a Fatima ca do sitio!! Voltamos domingo, mas a reportagem desta viagem vai ter que esperar mais uns dias, porque segunda-feira partimos para Bururi, onde vamos ficar até quarta-feira em casa do Padre Evode, um dos padres da comunidade. Assim, na proxima semana podem esperar nao uma, mas duas reportagens de viagens a nao perder!!

Queremos deixar vos também algumas fotografias da final do Torneio de Futebol do Mariya Arafasha, que foi um grande sucesso, sendo mesmo comparado ao Euro 2008! Os Abazungu Allstars estiveram como a Selecçao Portuguesa, uns furos abaixo do seu potencial e ficaram-se pela quarta posiçao, ao perder 3-1 com os Servants de Messe...
Mas o que fica para a historia foi a uniao vivida em torno de todo o torneio, o ambiente nas ‘bancadas’ repletas de espectadores, a vinda do Nuncio Apostolico e a presença da maioria dos Padres da Comunidade, o bom futebol, a alegria e o clima de Paz e Reconculiaçao! Ah pois é, Mariya Arafasha no seu melhor!

Os tamborineiros para criar espirito...

As equipas a cantar o Hino Nacional: ‘Burundi Bga sho...’

Visao aerea da final...

A tristeza da derrota dos Apotres de Marie...

E a alegria da vitoria dos Umoja!!

Fotografia oficial com os equipamentos dados ao campeao pela Embaixada da Alemanha, com a presença do Nuncio Apostolico e do Padre Paul, o superior da Comunidade...

E no fim, esta bela pérola...