Breves noticias...

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Amahora bagenzi wacu!

1) Os Tanganika Boys realizaram ontem, dia 22 de Novembro, o seu último jogo de rugby em terras burundesas, conseguindo ajudar o Rumuri a obter uma boa vitória por 16-6, num jogo em que imperou a desorganização e falta de conhecimento de regras tão típicos do jogo neste país. Ainda assim, saímos com um bom resultado!

2) Amanhã, e continuando a sua saga pelo coração de Africa, os Tanganika Boys partem numa viagem rumo ao Quénia, para participarem no Encontro Internacional de Taizé, na capital deste país, Nairobi. Partiremos com cerca de 50 jovens burundeses numa viagem, por certo, para mais tarde recordar.

3) Devido a esta viagem, é natural que o blog não seja actualizado durante alguns dias, a não ser que possamos ir à Internet em Nairobi. Pedimos compreensão aos nossos estimados leitores.

4) Não gostámos dos resultados da última sondagem, pelo que nos decidimos por uma greve de sondagens.

Sem mais assunto, de quem mais vos ama,

Os Tanganika Boys!

A escola que não tinha telhado

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Há alguns meses atrás tivemos a oportunidade de visitar a colina de Magana, na província de Bururi, no interior do Burundi. Na ocasião fizemo-lo como convidados de um padre Schoenstattiano, o P.Evode, que nos levou a conhecer a sua colina natal e a sua família.

Nos três dias que passámos neste lugar visitámos uma escola primária ainda em contrução, que tinha sido posta de pé pelos próprios habitantes daquela colinda, que na sua pobreza e simplicidade sabiam bem a importância que a educação tem para as suas crianças e se tinham juntado para construir com as suas próprias mãos os tijolos e depois empilhá-los de modo a fazer muros.

Contudo a sua boa vontade corria o risco de ser em vão, já que a época das chuvas que começava daí a uns meses ameaçava deitar abaixo todas as paredes, caso não se encontrasse uma forma de fazer o telhado da escola rapidamente. Para isso era preciso algum dinheiro, pois ao contrário dos tijolos, as placas para fazer o telhado não podiam ser construidas por aquelas pessoas, tinham que ser compradas na cidade e trazidas para a colina.

Na altura o P.Evode lançou-nos o desafio de tentar encontrar esse dinheiro, e resolvemos aceitá-lo. Nas semanas seguintes entrámos em contacto com algumas pessoas em Portugal e com o grupo do MariAjuda Portugal.

Foi com muita alegria que passado pouco tempo recebemos a notícia de que o montante necessário tinha já sido encontrado e enviado para a conta dos Padres daqui do Burundi.

Assim, voltámos com o P.Evode à colina de Magana no dia 14 deste mês, onde assistimos a uma grande festa da população que, através de danças e dos ritmos dos tambores mostraram como estavam contentes de poder terminar o seu projecto.

Depois trataram de começar a colocar o telhado.

Ao fim do primeiro dia já só faltava uma parte do telhado onde tinha sido colocado um plásctico para proteger das chuvas.

E ao meio dia do dia seguinte já todo o telhado estava completo!

Resta agora colocar o cimento e comprar os bancos para as salas de aula, o que será feito ao longo do próximo mês!

Num projecto em que fomos meros intermediários, cabe-nos agradecer muito a toda a gente em Portugal que se disponibilizou para ajudar este empreendimento, seja rezando, ajudando a porcurar os fundos ou contribuindo com alguma coisa!

Da nossa parte, resta-nos dizer que ficámos muito impressionados com esta iniciativa deste povo que, olhando para si mesmo conseguiu identificar a necessidade e tratou de empreender na sua solução, muito antes de saber se alguma vez teria qualquer tipo de apoio de fora. Na nossa opinião, este é um exemplo que se fosse seguido por toda a gente do Burundi, poderia mudar muito a situação deste país!

Dos Tanganika Boys, amahoro ya twese!

Abana ba Mariya bari abasani

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A melhor notícia dos últimos tempos é que a cave na nova casa já está pronta e faz uma semana que os nosso Abana ba Mariya vivem lá! Grande notícia e grande alegria para os noss miúdos…

Cumprimentos

Tanganika Boys

Euro vs Fbu

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Amahora wa twese!

Quando os Tanganika Boys chegaram ao Burundi, tiveram que habituar-se a uma nova moeda, o franco burundês, que aqui tem o conhecido e espectacular nome de amahera ou amafaranga.

Existem moedas e notas de francos burundeses, mesmo que as moedas não sejam quase utilizadas, por terem um valor muito reduzido. Assim, existem moedas de 1 fbu (0,06 cêntimos), 5 fbu (0,3 cêntimos) e 10 fbu (0,6 cêntimos). Depois existem as notas de 10 fbu (0,6 cêntimos), 20 fbu (1,2 cêntimos), 50 fbu (3 cêntimos), 100 fbu (6 cêntimos), 500 fbu (30 cêntimos), 1000 fbu (60 cêntimos), 2000 fbu (1,2 euros), 5000 fbu (3 euros) e 10000 fbu (6 euros). As moedas e notas têm um valor pequeno devido às altas inflações no país, que se sentem com aumentos diários dos preços. Como não há cartões de crédito e os cheques não são muito utilizados, quando se quer comprar alguma coisa cara tem que se levar literalmente uma mala de dinheiro...
Devido à instabilidade financeira do país, a taxa de câmbio varia muito, tendo atingido, para cada euro, o máximo de 1870 francos burundeses e chegado ao mínimo de 1500 francos burundeses. Neste momento, cada euro vale 1600 francos burundeses.

Deixamos aqui alguns exemplos de preços, para verem a diferença de preços entre o que é produzido no Burundi e o que é importado.

Produzido no Burundi:
- 1 kg de arroz: 1000 fbu (60 cêntimos)
- 1 kg de feijão: 750 fbu (45 cêntimos)
- 1 sabão: 100 fbu (6 cêntimos)
- 1 coca-cola 33 cl: 350 fbu (20 cêntimos)
- 1 cerveja Primus 72 cl: 800 fbu (50 cêntimos)
- Autocarro para ir à cidade: 300 fbu (18 cêntimos)

Importado:
- 1 ice tea 33 cl: 3500 fbu (2,4 euros)
- 1 pacote de corn flakes: 25000 fbu (15 euros)
- 1 champô: 12000 fbu (7,2 euros)
- 1 tablete de chocolate: 12000 fbu (7,2 euros)
- 1 pacote de doritos: 9000 fbu (5,4 euros)

Muitos cumprimentos bagenzi wacu!

Tanganika Boys

Moto Trip

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4 motas... 1 espanhol, 1 congolês e 2 Tanganika Boys... 4 guerreiros destemidos e aventureiros a enfrentar as estradas burundesas... Sem nenhum medo, com imensa técnica, e ainda mais estilo... 1 destino: os lagos do norte em Kirundo!

Depois desta bela introdução digna de um filme do Indiana Jones, aqui segue a história contada “à la Tanganika Boys”, esses mestres contadores de histórias, tantas vezes comparados a La Fontaine, Andersen e outros que tais.

Para quebrar um bocado a monotonia dos nossos fins de semana, já que aqui no Burundi não há muito para fazer sem ser trabalhar e estar com os miúdos, decidimos, com o Joaquin e o Fabrice (o tal amigo congolês), alugar umas motas e fazer um tour pelo Burundi. Saímos pela manhã, seguindo pela estrada do norte com o objectivo de chegar aos lagos do norte, que nunca tínhamos visitado.

A viagem estava a correr muito bem, com toda a gente a andar a um bom ritmo, contemplando as belas paisagens, até que o Tanganika Boy Eduah decidiu que o solo burundês merecia um pouco mais de contemplação, e decidiu ter um encontro de primeiro grau com uma bela porção de estrada poucos quilómetros depois de Bubanza, a um terço do caminho. O resultado de tal encontro foram algumas feridas no braço e barriga, que mesmo assim não impediram o Eduah de continuar com o seu estilo inconfundível, como podem ver pelas fotografias abaixo.

Há que fazer um pequeno aparte aqui, dizendo que quem tivesse apostado numa queda do Eduah na bolsa de apostas Quedaswin, ganahria bastante dinheiro, já que a concorrência era o Joaquin numa mota a cair aos bocados, o Françuah que nunca tinha andado de mota e o Fabrice, que se chama Fabrice...

Depois deste pequeno episódio, e contra a vontade do Eduah que queria guardar as suas feridas para dizer às raparigas: “Esta aqui é Burundi 2008", os outros 3 mototrippers insistiram em levá-lo a um superequipado (imensooooo) centro de saúde, onde o Eduah foi alvo da atenção de um médico especializado (imensoooo) que demorou nada mais nada menos que 1 hora a tratar uma pequena ferida.

Depois de tal acontencimento, e como o dia de estava a fazer tarde, a ordem era de voltar a Bujumbura, não sem antes comer uma bela espetada de carne de cabra e de dar umas aulas de mota a um Abana ba Mariya.

Foi um dia simpático, diferente e original, que vai ficar marcado como um dos grandes dias de aventuras dos...

...Tanganika Boys!

Festa do Pascal

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Como já falámos aqui no blog, o projecto Girizina da Fundaçã Mariya Arafasha divide-se em três sub-grupos: os miúdos que vivem connosco (14), os miúdos que já foram reintegrados em famílias de acolhimento (8) e o grupo de 11 jovens que fez uma formação em carpintaria e mercenaria durante um ano.

As notícias que vos vimos comunicar neste dia, dizem respeito a este último sub-grupo. Depois de terem terminado a formação, era necessário lançá-los no mercado de trabalho. Para uma integração e acompanhamento mais fáceis, decidimos acolhê-los na nossa obra de construção do orfanato, que servirá para acolher outros miúdos da rua.

Chegados à obra, na categoria de aide maçon, o obreiro mais banal, tiveram que se desenrascar e procurar ganhar a confiança dos obreiros mais velhos e experimentados que lhes ensinassem técnicas mais apuradas. No fim deste periodo de aperfeiçoamento, o obreiro mais velho reconhece a promoção do seu aluno, e este último tem que lhe oferecer uma cabra, que é partilhada entre todos os obreiros da construção.

Há algum tempo, o nosso primeiro miúdo, o Pascal, foi elevado à categoria de maçon, servindo de exemplo e modelo para todos os outros, já que ser maçon implica mais respeito, o triplo de salário e um kit de ferramentas.

Quando todos os nossos jovens terminarem a formação e atingirem o grau de maçon, vão ser enviadas para outras obras, de uma empresa amiga da Fundação, que lhes garante trabalho e acompanhamento, terminando se assim o seu período no Mariya Arafasha com sucesso.

Aqui ficam as fotografias da festa do Pascal, com a cabra servida à maneira e o kit de ferramentas do novo maçon!

Situação da Obra

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Depois de alguns dias de inactividade, os Tanganika Boys voltam à « postagem », que já se exigia, não é verdade? Está prometido que uma tal ausência de noticias nao se irá repetir mais!

Vimos então informar-vos da situação da construção da nova casa do Mariya Arafasha, que vai ter capacidade para acolher à volta de 60 miúdos da rua e onde vão estar também os escritórios da Fundação.

Como podem ver pelas fotografias seguintes, o estado da obra é bastante avançado, prevendo se que em finais de Dezembro esteja completamente pronta. Para já, há uma cave separada do resto da casa que está quase acabada. Como esta cave tem 4 quartos com capacidade para 6 miúdos cada, na próxima semana já a vamos poder estrear com os 14 Abana ba Maryia já acolhidos! Motivos de grande felicidade, como podem imaginar!

De salientar também que os Tanganika Boys, quando a sua disponibilidade o permite, têm mostrado os seus inegáveis dotes de aide maçon, impressionande toda a restante classe trabalhadora.

Turabakumbuyei bagenzi wacu!

Gukina Rugby!!

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Mwiriwe !!

Pois é, muitos dos nossos amados leitores foram sabendo notícias sobre a nossa vida rugbística por terras africanas! Os jogos que fizemos no campeonato, a convocatória para a selecção e a possível viagem à Líbia para representar a mesma. Mas vimos então esclarecer tudo isto!

Existem neste momento apenas 4 equipas de Rugby que disputam o campeonato nacional, que se disputa num sistema de pontos e com duas voltas. Nós chegámos a uma dessas equipas, o Rumury, durante o mês de Maio e ainda chegámos a fazer 4 jogos para campeonato (dos quais ganhámos 3 e perdemos 1) e acabámos a época em segundo lugar.

Depois começámos os treinos com a selecção do Burundi, já que é pemitida a utilização de 3 estrangeiros na equipa nacional. Começámos a ter treinos todas as terças e quintas para nos prepararmos para uma viagem à Líbia que estava prevista para o fim do mês de Agosto.
Nos treinos da selecção finalmente encontrámos um rugby que se aproxima ao desporto que conhecemos em Portugal, já que nos clubes ainda há muita gente que não conhece as regras e muitas vezes o jogo parece-se mais com uma batalha campal do que qualquer outra coisa...


Bom, em relação à Líbia, a viagem acabou por ser adiada para Outubro e ainda estamos à espera da confirmação. Os nossos amigos que estão connosco na selecção estão convencidos que vai mesmo acontecer, mas nós já perdemos bastante a esperança, dado os constantes adiamentos. Vamos a ver!

De qualquer maneira continuamos a treinar porque o gosto pelo jogo está sempre presente e também porque os treinos bisemanais têm servido como um escape à monotonia que às vezes se instala em Mont Sion!

Este Domingo, dia 12, tivemos um torneio de sevens em que acabámos por perder nas meias finais, mas que deu para fazer 4 jogos e foi uma castiçada, com um ambiente muito bom e parecido àquele que caracteriza normalmente os torneios desta variância do Rugby organizados em Portugal.


Para terminar recordamos talvez como melhor momento um jogo do campeonato em que ganhámos contra o campeão nacional, o Hyenes, por 20 – 17, num jogo muito disputado do princípio ao fim! No geral tem sido uma experiência muito boa, este lado da nossa vida aqui em missão! Pela fome de rugby e pelas amizades que fomos criando!

Melhores cumprimentos e bons jogos!!

Tanganika Boys

Pedimos desculpa...

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Pois é... Vimos, por este meio, pedir desculpa aos nossos caros leitores pela ausência de posts nos ultimos dias, mas os problemas informaticos do Françuah e a ausência do Eduah nao têm permitido informar-vos com a regularidade que merecem...

Prometemos novidades para os proximos dias!

Os Tanganika Boys

Bela tradição burundesa

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Aproveito também para vos informar que, desde ontem, as mulheres dos militares do Burundi e do Congo estão em greve, supostamente, porque não gostam que os maridos passem muito tempo fora de casa. Principalmente de mãos dadas com outros militares, acrescentaria eu...